Entre os dias 26 e 28 de julho aconteceu o encontro nacional da Pastoral Popular Luterana em Afonso Cláudio (ES). O encontro resultou em uma carta aberta, que denuncia vozes que representam o contrário do que Cristo afirmava, que discriminam e exploraram pessoas que não estão identificadas com os seus interesses e ideários. Também denuncia a ganância e o egoísmo que depredam o meio ambiente.
“Queremos ser espaço de resistência, acolhida, cuidado e mobilização destinado às pessoas e grupos que têm a luta pela justiça como horizonte de fé dentro e fora da IECLB. […] O que nos leva a denunciar o mal que insiste em se chamar “de bem”, e anunciar o bem que vence o mal!”, finaliza a carta.
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Mensagem do Encontro Nacional da Pastoral Popular Luterana
Estivemos reunidos e reunidas, nos dias 26 a 28 de julho de 2019, Distrito de Serra Pelada, na cidade de Afonso Cláudio, Espírito Santo, nas dependências da Associação Diacônica Luterana, para o Encontro Nacional da Pastoral Popular Luterana, refletindo o tema “Minorias, Direito e Esperanças”, sob a luz do texto de Amós 5. 15 “Buscai o bem e não o mal para que vivamos”.
Nesses tempos sombrios em que o mal é tido por bem e a mentira é tomada por verdade, a PPL assume seu compromisso com a formação cristã libertadora, fundamental numa época de medo e falta de união. Estamos diante de um desmonte das instituições e das organizações que antes garantiam o mínimo de direitos às minorias. Vozes temerárias que se encontravam escondidas são legitimadas pelas estruturas do Estado.
Tais vozes que representam o contrário do que Cristo afirmava, arrogam-se no direito de discriminar e explorar aqueles e aquelas que não estão identificados com os seus interesses e ideários. A concentração de recursos leva grupos a dominarem os processos políticos de forma a favorecer seus próprios interesses. A ganância e o egoísmo desvirtuaram a lógica do cuidado em prol da depredação do meio ambiente em favor da exploração e marginalização. Pessoas ribeirinhas, assalariadas, populações indígenas, pequenos agricultores e agricultoras, população LGBTI+, moradores das periferias, entre outros grupos e pessoas sofrem com a violência patrocinada pelo Estado.
A ultradireita não quer resolver as questões ambientais e sociais. O capital não se importa com as vidas humanas. O que importa é o lucro, o resultado financeiro. Para isso, oculta e silencia as vítimas para acobertar as suas mazelas. Desta forma, a conjuntura política atual aponta para uma radicalização do absurdo. Assim sendo, todas as vezes em que a injustiça é promovida por meio do culto a ídolos e mitos, a Igreja tem o dever de levantar sua voz e se posicionar em favor da vida digna para todas as pessoas.
Como Pastoral Popular Luterana queremos ser um espaço de resistência, acolhida, cuidado e mobilização destinado às pessoas e grupos que têm a luta pela justiça como horizonte de fé dentro e fora da IECLB. Nesse sentido, buscamos ter comunhão a partir de nossos sonhos para reafirmar a esperança em Cristo Jesus. O que nos leva a denunciar o mal que insiste em se chamar “de bem”, e anunciar o bem que vence o mal!