Nos dias 24 e 25 de outubro, 14 representações institucionais que integram o Grupo Gestor da Rede de Diaconia estiveram reunidas em Porto Alegre (RS), para dialogar, refletir, avaliar a caminhada e planejar os próximos passos para 2018.
A fim de contextualizar as limitações e os riscos, bem como os potenciais e os desafios presentes no contexto onde as instituições estão inseridas, uma análise de conjuntura foi realizada pela professora Dra. do curso de Serviço Social da Unisinos, Marilene Maia.
O momento foi marcado por análise das diversas formas de retirada de direitos, tais como os processos de criminalização de movimentos e lutas sociais, a desconstrução dos serviços públicos e a mercantilização dos direitos e políticas públicas.
“É necessário realizar análises de conjuntura com intencionalidade, buscando intervir na realidade, atentando para o ciclo destituinte de conquistas que está em andamento”, afirma a professora.
Além disso, Marilene apontou a desigualdade, a crise e o esgotamento do imaginário político, o conservadorismo, o fascismo e a intolerância como marcas do atual momento. “Para a retomada de um projeto societário e justo, precisamos de conhecimento, do agir coletivo e do respeito à diversidade”, afirma.
A partir das colocações do processo de formação e de contribuições realizadas nos Encontros Inter-Regionais, que aconteceram em Florianópolis (SC), no mês de junho, e em Vespasiano (MG), no final de agosto, o grupo elaborou o conceito, a missão, os objetivos e a visão de Rede, e construiu os elementos básicos para a elaboração do seu projeto político pedagógico.
Com datas ainda a serem definidas, o grupo também já programou duas atividades de formação para o próximo ano, sendo a primeira em meados de junho para as articulações RS e SC/PR, e de agosto, para as articulações N/NE/CO e SE. Os temas serão inspirados nas propostas sugeridas nos encontro anteriores, como estruturas, dinâmicas, sustentabilidade, incidência e processos de PMA (planejamento, monitoramento e avaliação), além das questões centrais: diaconia transformadora, direitos humanos, justiça de gênero e gestão democrática.
A Rede de Diaconia conta com apoio da cooperação internacional, por meio da Federação Luterana Mundial (FLM). O recurso até então disponibilizado possibilitou a realização de diversas atividades de formação e articulação. Pensando nos passos seguintes, o Grupo Gestor priorizará a busca por novos apoios, que permitam a continuidade das atividades previstas para a próxima etapa do projeto.
As próximas reuniões do Grupo Gestor estão agendas para 27 e 28 de fevereiro e 23 e 24 de outubro de 2018, em Porto Alegre (RS) e Afonso Cláudio (ES), respectivamente.
VISITA EXTERNA
No final do encontro, uma visita à Associação do Quilombo dos Alpes Dona Edwirges, localizada em Porto Alegre (RS), foi realizada com o objetivo de conhecer outros contextos de história, lutas e conquistas. Rosângela da Silva Ellias (“Janja”), liderança do território, dialogou com o grupo, possibilitando o conhecimento das vivências e olhares de pessoas que resistem contra os avanços da especulação imobiliária, da mercantilização dos direitos à moradia, à convivência familiar e comunitária, do ressurgir do ódio e do racismo, e dos ataques às diversidades étnicas, culturais e religiosas.
MANIFESTO CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
Numa atitude de denúncia e de posicionamento coletivo contra as reiteradas e perigosas ondas de ataques aos direitos conquistados ao longo da história, especialmente aqueles direitos normatizados na Constituição Federal de 1988, o Grupo Gestor da Rede de Diaconia elaborou e tornou público o Manifesto contra a redução da maioridade penal. “A juventude brasileira, mesmo neste atual contexto de vitimização e estigmatização, com perdas drásticas, roubo e sequestro de direitos e aumento da violência, resiste e nos desafia a continuar na luta contra as propostas de redução da maioridade penal de adolescentes em andamento e pela efetivação da doutrina da proteção integral em cada espaço do território nacional, onde a ação diaconal individual, institucional e comunitária se faz presente com ações significativas em favor da vida e justiça.” (trecho do Manifesto Contra a Redução da Maioridade Penal).
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