A pandemia da COVID-19 é um fenômeno que tem impactado diretamente na saúde mental de profissionais que atuam nos serviços essenciais e seguem prestando atendimento, como é o caso das Casas Lares e/ou Casas de Acolhimento. Neste sentido, a Coordenação de Diaconia da IECLB articulou junto a ABEFI e a AEVAS, e com apoio do Programa Pequenos Projetos da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), o projeto Dialogando sobre vivências no acolhimento, que prevê ações voltadas ao cuidado destas pessoas.
A formação em Psicotraumatologia, realizada pela IECLB em parceria com Wings of Hope/Alemanha, instrumentalizou profissionais da Rede de Diaconia que, atualmente, articulam o Coletivo de Apoio na Redução do Estresse (CARE). O grupo tem como foco a partilha de experiências, estudos e articulação de ações, priorizando instituições que compõem a Rede.
Os conteúdos da formação foram adaptados para breves intervenções virtuais e, quando seguras, presenciais. O objetivo é promover experiências de autoconhecimento, autocuidado e cuidado coletivo através de processos psicoeducativos, focando na prevenção e no reconhecimento de sintomas decorrentes do estresse, visando qualidade de vida e bem-estar.
Para a Diác. Carla Vilma Jandrey, da Coordenação de Diaconia da IECLB e integrante do CARE, as vivências no ambiente virtual são uma ação diaconal. “Estamos fazendo o que o próprio Cristo nos ensinou em Lucas 24.13-35, ou seja, fazer uma escuta atenta, fazer intervenções para reflexão e compartilhar gestos que abrem os olhos para a importância do autocuidado.”
Veja mais depoimentos de participantes:
“…com todo esse tumulto do vírus, acabamos não percebendo que precisamos dar uma atenção para nós mesmas e, muitas vezes, até dizer: ‘calma aí, situação, que agora é o meu tempo’. Então finalizo, mais uma vez, muito grata por cada momento. Pena que acabou.”
“Creio que superamos alguns medos juntos, assim como aprendemos sobre estratégias de estar presentes no aqui e agora.”
“Os temas abordados ajudaram para a reflexão de como estou lidando comigo mesma e para com os outros. Num mundo tecnológico, de tantas informações, mas que nem sempre nos traz conforto interno, é uma benção projetos como esse, trazendo um olhar mais abrangente e renovando nossa autoestima como pessoa, família e educadora.”
“Me fazem perceber que o melhor lugar do mundo é dentro de mim. Eu sou um ser transformador. Minha casa, meu lazer, meu descanso e meus prazeres não dependem de um espaço construído, mas sim de como eu me sinto…”
Fonte: http://www.abefi.org.br/noticia/projeto-dialogando-sobre-vivencias-no-acolhimento