Estatísticas têm apontado um aumento da violência contra mulheres nas suas diferentes formas – física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. A violência de gênero perpassa os discursos e se perpetua há muitas gerações.
Pensando nisso, a ABEFI realizou, entre os dias 15 e 17 de junho na Comunidade Bom Pastor em Esteio/RS, a oficina Violência de Gênero na música brasileira, conduzida pela musicoterapeuta, mestra e doutora em teologia Daniéli Busanello.
O encontro buscou refletir como as músicas, por meio de suas letras, transmitem mensagens que, muitas vezes, desvalorizam as mulheres, colocando-as em situações de inferioridade em relação aos homens.
Através de músicas, mesmo as infantis e de diferentes estilos musicais (gaúcha, sertanejo, funk, samba e outras), são construídos discursos que afetam a vida das mulheres e dos homens na sociedade atual, avalia Daniéli.
“Eu aprendi que muitas das nossas músicas, especialmente as favoritas, podem conter comentários machistas, como atos de agressão e estupro, e nós não ligamos. Isso é como uma mensagem subliminar que nos estimula a fazer algo que não entendemos de onde pode ter vindo”, afirma Erick, de 12 anos.
Estiveram presentes jovens e profissionais da Casa Lar de Esteio, do Abrigo Municipal Construindo Novos Sonhos, do Centro de Formação Teresa Verneri, e alunas e alunos do ensino confirmatório da Comunidade de Sapucaia do Sul e de Esteio.
A realização deste evento é resultado de uma parceria entre a ABEFI, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Sapucaia do Sul, a Comunidade Evangélica de Confissão Evangélica Luterana Bom Pastor em Esteio, e o Projeto Fita Lilás, desenvolvido pelo Programa de Gênero e Religião das Faculdades EST.
Créditos: Pastora Elisa Fenner