Grupo de Huni Kuin ocupa e revitaliza parque no Acre

Grupo de Huni Kuin ocupa e revitaliza parque no Acre
16 de março de 2017 zweiarts
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Grupo de Huni Kuin ocupa e revitaliza parque no Acre

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Essa história começou em 2014, mas se concretizou de fato em 2015, com a criação do Centro de Pesquisa de Cultura Huni Kuin e Pesquisas Medicinais Huwã Karu, no Parque Municipal Ecológico dos Seringueiros, no município de Plácido de Castro/AC. O Parque fica dentro da cidade e é de fácil acesso. Quando os Huni Kuin ocuparam o Parque, ele encontrava-se em péssimas condições, com muito lixo, sem uso por parte de quem morava na cidade, e em total abandono por parte dos órgãos competentes.

A ideia de ocupação do Parque pelos Huni Kuin surgiu também através do incentivo de um antigo prefeito de Plácido de Castro. Esta ideia foi acolhida pelos Huni Kuin e, a partir de então, começaram o trabalho de limpeza dentro do Parque, retirando o lixo do local, do igarapé e de um dos poços, mas que, infelizmente, está contaminado. Iniciaram também com a identificação da fauna e flora neste local.

Em 2016, junto com a Universidade Federal do Acre-UFAC, realizaram uma atividade de reflorestamento, com 800 mudas de árvores da região. Organizaram seus roçados com o plantio de macaxeiras, mamão, banana, açaí, caju, melancia, abóbora, cará, batata e inhame.

O Centro desenvolve várias atividades, envolvendo toda a comunidade. Criou um grupo musical chamado Txana Dewe, que significa ‘o encanto da floresta’. Este grupo realiza apresentações culturais dentro e fora da comunidade. Implantou o sistema agroflorestal indígena em parceria com a UFAC. Criou um grupo de mulheres artesãs, que trabalha com a arte da tecelagem e de miçangas, cerâmicas, cestarias, bem como com pintura corporal do grafismo Huni Kuin. Criou também uma escola Huni Kuin, devido ao número de crianças que vivem no Parque.

Segundo Mapu Huni Kuin, que é o cacique do Centro, o diálogo com as pessoas que moram em Plácido de Castro é constante em relação à presença dos Huni Kuin no Parque. Percebe-se uma relação de respeito entre ambos. No Centro existem dois pajés, um da cura e outro da medicina. A presença deles motiva um fluxo constante de pessoas da cidade ao Parque, procurando-os para tratamento e cura de doenças.

Hoje vivem no Parque 32 pessoas de 7 famílias, entre jovens, idosas, adultas e crianças, que executam várias atividades dentro do Centro. Algumas dessas famílias moravam nas cidades de Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Rio Branco, todas no Acre.

A presença do povo Huni Kuin dentro do Parque criou outra realidade para aquele local, que foi revitalizado, tendo nova vida, nomes para as árvores, igarapé, bichos e gente na língua Huni Kuin, que encontrou nesse espaço uma forma de fortalecimento de sua cultura, valorizando seus saberes tradicionais e, principalmente, passando-os para as futuras gerações.

Fonte: COMIN

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