Do CAPA Santa Cruz cinco mulheres que integram a equipe ou são lideranças nas comunidades em que ele atua concluíram o primeiro módulo do curso de formação de Promotoras Legais Populares (PLPs). O curso faz parte do projeto Acesso Popular à Justiça, desenvolvido pelo Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria (CECA), o qual capacita agentes populares em legislação e direitos humanos, com ênfase nos direitos das mulheres.
A ideia é que após completar o curso as mulheres estejam preparadas para atuar em ações de prevenção à violência e em defesa dos direitos humanos. Além disso, o PLPs busca transformá-las em multiplicadoras de informações em suas comunidades, fortalecendo e qualificando sua intervenção nas políticas públicas.
Este curso também integra o projeto Promotoras Legais Populares: Diaconia e Justiça de Gênero em Comunidades Rurais, desenvolvido em conjunto pelo CAPA Santa Cruz, o CAPA Erexim e o CAPA Pelotas. Ele foi enviado para o edital do Fortalecimento da Ação Comunitária da Igreja, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).
A enfermeira Grasiela Michels, a pastora Cristiane Echekmeier, a representante de comunidade quilombola Joelita David Bitencourt, a agente de saúde aposentada Lisani Christmann Landskren e a agricultora Maria Lúcia Pereira foram a Pelotas, para participar do primeiro módulo do curso, que aconteceu de 23 a 26 de abril. Elas devem passar por mais dois módulos do PLPs, os quais estão previstos para junho e setembro.
Curso une teoria com prática
Joelita gostou da metodologia adotada nos encontros: “o curso dá para as participantes o entendimento de todos os assuntos abordados com os mínimos detalhes e as painelistas tem todo o cuidado de falar na linguagem simples e direta, fazendo com que todas se sintam dentro do contexto”, comenta. No que se refere aos assuntos discutidos, Grasiela destaca o esclarecimento da função das PLPs. “Não é nosso papel executar políticas públicas e sim fazer o movimento e a mobilização para que elas funcionem e todas as mulheres tenham seus direitos”, explica.
No total, o curso terá a duração de 100 horas, sendo 84 horas teóricas e 16 horas de visitas a órgãos públicos da região em que as participantes residem, para que possam conhecer seu funcionamento e ter acesso a dados sobre a violência contra as mulheres. Entre os conteúdos que serão abordados estão questões referentes a gênero, raça, direitos humanos civis, políticos e sociais, políticas públicas, leis, resolução de conflitos, violência e o diálogo inter-religioso.
Texto: Kimberly Lessing
Foto: Grasiela Michel
Fonte: CAPA