“Apegue-se à instrução, não a abandone; guarde-a bem, pois dela depende a sua vida. Não siga pela vereda dos ímpios nem ande no caminho dos maus” (Provérbios 4.13-14)
A educação é um alicerce da vida! Conhecimento promove liberdade, desenvolvimento e transformação da vida. Educar e garantir uma educação de qualidade para todas as pessoas faz parte de nossa história enquanto pessoas cristãs luteranas já que, em diversos locais, as igrejas da IECLB também funcionavam como escolas. Em respeito ao passado da nossa Igreja com a educação, seguimos agora nos preocupando com o futuro!
Mesmo em um contexto de pandemia, temos acompanhado as discussões acerca da realização do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem 2020. Utilizado inicialmente para avaliar o Ensino Médio no país, hoje a prova é, para grande parte das pessoas, sinônimo de ingresso ao ensino superior, gratuito e de qualidade, nas universidades públicas do país.
Por vivermos em um país com inúmeras desigualdades, estudantes e entidades ligadas à defesa da educação, se posicionaram pela transferência da data da prova, visto que as condições de estudo e acesso à internet não são as mesmas para todos e todas durante a pandemia. Mediante isso, Senado e Câmara dos Deputados aprovaram, com apenas um voto contrário, o adiamento da aplicação dos exames. Logo após a primeira votação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC), emitiram nota oficial, comunicando o adiamento da aplicação dos exames, nas versões impressa e digital, de 30 a 60 dias. Este mês de junho, o Inep promoverá uma enquete direcionada às pessoas que se inscreveram para o Enem 2020, por meio da Página do Participante. E é aí que mais ainda nos envolvemos como JE! Fiquemos alertas!
A educação é um projeto de sociedade, único caminho possível para a correção das injustiças sociais. Assim, realizá-lo em um momento como este promoveria a exclusão, a desigualdade e a injustiça – preceitos que não devem ser defendidos por pessoas cristãs. Adiar o Exame, portanto, é pensar na coletividade, pois nem todas as pessoas participantes têm as mesmas condições de estudo e acesso à internet.
A Bíblia, como livro de história do povo de Deus, que promove aprendizagem, defende a justiça para as pessoas oprimidas. O jovem profeta Jeremias anuncia tal vontade de Deus, quando pergunta: “Julgou a causa do aflito e do necessitado? Então lhe sucedeu bem; porventura não é isto conhecer-me? Diz o Senhor” (Jr 22.16). É parte essencial do protagonismo jovem ter a mesma voz profética diante de situações injustas que afligem a coletividade. Estudantes estão sendo tolhidos e tolhidas de seus direitos! Martim Lutero advogou por educação de qualidade, por escolas públicas mantidas pelo Estado para todas as pessoas! Nós reiteramos o desejo do reformador! Recordemos tudo o que Jesus Cristo nos ensinou: Não deixemos que a juventude seja posta de lado, esquecida e marginalizada. Por isso afirmamos com fé e sedentos(as) por futuro melhor e com mais possibilidades de escolha que seguiremos vigilantes.
Conselho Nacional da Juventude Evangélica,
03 de junho de 2020