Quem casa quer casa!

Quem casa quer casa!
8 de outubro de 2015 zweiarts
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Quem casa quer casa!

Gecié Marlene Franchini, nascida em Pelotas/RS, em 18/09/1942, mais conhecida como Gê, e mais o irmão Osmar, moravam com os pais, os quais faleceram quando ela tinha mais ou menos 4 anos. Gecié então foi morar com os avós e o irmão com os tios. Gecié nasceu com retardo mental e paraplegia com deformidades articulares severas. Os avós cuidaram muito bem dela e o avô fez a primeira caixinha para a Gê. Quando Gecié estava com mais ou menos 20 anos seus avós faleceram. Após este acontecimento ela foi morar com o irmão, e após um período de convívio com a família o irmão trouxe Gecié para a Associação Beneficente Pella Bethânia.

Adão Inácio Nunes, nascido em São Sebastião do Caí/RS, em 14/01/1946, nasceu com retardo mental e deficiência motora agravada por insuficiência vascular nos membros inferiores. Após o seu nascimento, foi abandonado pela mãe biológica e nunca mais se soube notícias da mesma. O pai do Adão casou-se então com a avó do Mauro (amigo e responsável do mesmo). Adão conta que tem o Mauro como sobrinho e o Pedro como primo. Pedro é outro amigo que, junto com Mauro, “adotaram” Adão. A mãe adotiva do Adão cuidava muito bem dele, tão bem que chegava ao extremo de dar banho somente com paninho, dava comida na boca, o educou praticamente como se estivesse em uma redoma de vidro. Ele tinha somente o convívio da família. A mãe era superprotetora e o pai era presente, mas não ajudava nos cuidados com o Adão.

Adão desde cedo tinha a língua muito afiada e era teimoso, mas a mãe mesmo assim sempre o cuidava com carinho. O amigo Mauro, para ter uma supervisão maior dos pais e de Adão, os trouxe para morarem mais perto dele. A partir daí passou a auxiliar de forma mais direta. Foi ele que deu o primeiro banho de chuveiro em Adão quando este já tinha mais ou menos 46 anos. Adão ficou maravilhado com o banho, tanto que era difícil retirá-lo do chuveiro.

Os pais adotivos de Adão vieram a falecer e logo após Mauro resolveu trazê-lo para a instituição. Mauro relata que nunca mais esqueceu o dia em que trouxe Adão para conhecer a Pella Bethânia. Que era uma quinta-feira e que Adão ficou tão maravilhado com a instituição que queria já ficar, mas como isto não era possível foi para casa resmungando e xingando.  Veio para a instituição em 10 de fevereiro de 1999. O amigo Mauro relata que com a vinda de Adão para a instituição ele passou a ter qualidade de vida, pois passou a ter convívio com outras pessoas, a comer sozinho e aos poucos começou a caminhar.

Adão e Gecié, desde o início residem no lar Samaria. A princípio ele na ala masculina e ela na feminina. Gecié dividia o quarto com a residente Dorothéa Hoffman (in memorian), sua amiga. Às vezes brigavam, mas como se gostavam voltavam a fazer as pazes. Adão vivia de intriga com as duas, tanto que em alguns dias Gê e Adão não podiam se ver que já começavam a brigar. Como Adão tem um perfil de pessoa intrometida e braba (a frase preferida dele eu sô homi), facilmente arrumava uma briga. Nesta época ainda andava em cadeira de rodas, depois de um período passou a usar andador. Após o falecimento da amiga Dorô, os dois foram se aproximando e fortaleceram os vínculos de amizade.

Gê contribuiu significativamente para que Adão voltasse a andar. Ele passou a conduzir a caixinha da Gê para todas as atividades que tinha na Instituição como festas, cultos, academia e outros. Os dois passaram a dividir o mesmo quarto, mesmo sem autorização, e a cuidar um do outro. Por mais que a direção explicasse que cada um deveria ficar em seu quarto, na sua ala, eles teimavam em ficar juntos. Por fim, como o companheirismo e o carinho entre os dois eram nítidos e só fazia bem a ambos, organizou-se um quarto maior para que pudessem viver juntos. Desta bela e bonita amizade surgiu o amor entre eles.

Hoje são inseparáveis. Quando um fica doente, o outro adoece junto! Quando um vai almoçar, o outro também vai. Quando um vai ao culto, o outro também vai. Ambos já foram inclusive eleitos como rei e rainha dos idosos da Pella Bethânia. Onde passam “contaminam” com sua simpatia, sinceridade, brincadeiras e carinho.

Por essas e outras razões, os dois tem o desejo de receber uma bênção matrimonial para a sua união já há algum tempo. A direção da instituição tinha como propósito ampliar primeiramente o Lar Samaria, onde os dois moram, visto que lá eles são o único casal e por não ter um quarto com banheiro adaptado para eles. A plantada ampliação do lar está pronta e havia um plano de iniciar as obras o quanto antes. Como o casal queria muito casar perto do aniversário da Gecié, decidiu-se fazer o casamento e depois iniciar as obras, aproveitando algumas doações em dinheiro que viriam de presente para o casamento.

Infelizmente a casa (ampliação do lar) ficará para trás! Um incêndio terminou com a carpintaria/oficina no último sábado, dia 12 de setembro, destruindo o prédio e tudo o que tinha. A estimativa é de R$ 200 mil de prejuízo. Cadeiras de roda, móveis que estavam sendo confeccionados, serras, plainadeira, tupia, furadeiras, lixadeira, trator de cortar grama, chaves e uma enormidade de outros equipamentos queimaram.

Adão e Gecié vão casar no próximo sábado, dia 19 de setembro, mas terão que esperar pela casa! Agora a meta da instituição é conseguir remontar a carpintaria para conseguir novamente fazer as reformas, os móveis e as manutenções no lar.

A centenária entidade filantrópica Associação Beneficente Pella Bethânia, surgida em 26 de setembro de 1892, na cidade de Taquari – RS, CNPJ 97.837.561/0001-81, nº. Reg. Cartório 03, data Registro no Cartório de 12/02/1923, reconhecimento de Utilidade Pública municipal nº 467, data da concessão 25/11/1959, Registro de Utilidade Pública Estadual nº 00979 – dec./bl. nº 11541- 18/08/1960, Registro de Utilidade Pública Federal n.º 102.792/60, data da concessão 16/08/1957, Certificado de Entidade de Assistência Social Processo nº 71010.003653/2006-73, é uma entidade jurídica autônoma, sem fins lucrativos, sendo a natureza de seu serviço a Assistência Social.

A população alvo são idosos, adultos e jovens, sendo grande parte destes portadores de necessidades especiais, que são abrigados em casas lares. Atualmente são beneficiadas diretamente pela instituição 183 pessoas, com e sem deficiências, a partir dos 18 anos de idade. A instituição possui 10 (dez) casas-lares, sendo as pessoas abrigadas conforme suas necessidades físicas e psíquicas. Em um desses lares, Lar Samaria, mora Gecié e Adão.

Fonte: Associação Beneficente Pella Bethânia

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